2017.05.06

Asma Subdiagnosticada - Aprenda a identificá-la

 

Em Portugal, existem cerca de 175 mil crianças e adolescentes com asma, revelam dados da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica. Uma doença crónica, cujo impacto na qualidade de vida é grande, mas nem sempre valorizado. A boa notícia é que é possível viver bem com a doença se devidamente diagnosticada e controlada. No dia 2 de maio assinala-se o Dia Mundial da Asma. Saiba identificar os sinais de alarme.
 
O que é
A asma é uma doença inflamatória crónica que atinge os brônquios, dificultando a entrada e saída de ar dos pulmões. Trata-se de uma reação exagerada do organismo a agressões externas, sejam motivadas por alergénios (pólen, pelos de animais, ácaros), medicamentos, alterações súbitas de temperatura ou pela exposição a ambientes poluídos (contexto profissional) ou infeções virais. É muitas vezes associada ao desporto, uma vez que a prática de exercício também pode desencadear sintomas.

Quem está em risco
A asma pode surgir em qualquer idade, mas é na infância, sobretudo até aos seis ou sete anos, que tem maior incidência. Além da exposição aos agentes externos e infeções, os antecedentes familiares aumentam a predisposição. Para minimizar o risco é importante prevenir as infeções respiratórias, bem como o contacto com alergénios (limpar o pó para evitar ácaros em casa). Ao contrário do que se pensa, a prática desportiva não está desaconselhada nas crianças asmáticas, desde que tenham a doença controlada e minimizem o contacto com alergénios (por exemplo evitar fazê-lo ao ar livre se reagir aos pólenes).

Como detetar
Metade das crianças asmáticas portuguesas não têm a doença controlada. Na prática, traduz-se em crises, idas às urgências e internamentos. Importa estar atento aos sinais: tosse, pieira, sensação de aperto no peito, dificuldade em respirar ou falta de ar. A frequência de pieira (superior a uma vez por mês), tosse à noite, as infeções virais de repetição e prolongadas são indícios a ter em conta. A doença manifesta-se por picos, com o início súbito de sintomas, como a pieira ou falta de ar, mais comum à noite ou após exercício. A exposição a alergénios e as infeções virais agravam também os sintomas.

Diagnóstico e tratamento
A avaliação dos sintomas, a presença de outras alergias (rinite, dermatite) e a realização de exames como a espirometria, que avalia a função pulmonar, permitem ao médico fazer um diagnóstico definitivo. Outros testes podem ser necessários, nomeadamente cutâneos para despistar alergénios. O tratamento visa a desobstrução das vias aéreas, alívio sintomático, prevenção e/ou controlo, e faz-se sobretudo por via inalatória (mesmo no caso de medicamentos anti-inflamatórios). Em certos casos, pode estar indicada a vacina de alergia. O uso de inalador nas crises é essencial, pelo que o dispositivo deve sempre acompanhar o doente asmático. Ter um estilo de vida saudável, com uma dieta equilibrada e prática de exercício é também recomendado.

A asma é uma doença crónica que, sem tratamento, afeta a qualidade de vida na infância – o absentismo é três vezes superior ao registado em crianças com asma não controlada.


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