Como tratar o cancro colorretal

Atualizado a 09 abril 2021

O cancro colorretal é um dos mais frequentes e também um dos que mais mata em Portugal. O seu tratamento tem uma probabilidade de sucesso mais elevada quando a doença é detetada precocemente.

O tratamento do cancro colorretal depende de vários fatores, como o estadiamento da doença (ou seja, o grau de compromisso da doença a nível local, regional e à distância) e o estado geral do doente, incluindo outras doenças que possa ter. O plano de tratamento é determinado consoante o diagnóstico e o estadio, por uma equipa multidisciplinar, constituída por oncologista, gastrenterologista, radiologista, cirurgião, radioterapeuta, entre outros especialistas.

No cancro colorretal, o tratamento envolve quase sempre cirurgia. Quando necessário, os tratamentos de radioterapia e/ou quimioterapia podem ser feitos antes ou depois da cirurgia.

Estadiamento

A partir do estadiamento, os médicos avaliam a extensão do cancro (até onde se disseminou) e podem determinar o prognóstico do doente. Nesta avaliação tem-se em conta o tamanho do tumor, a invasão na parede do órgão, o envolvimento dos gânglios linfáticos e se existem metástases ou disseminação do cancro para outros órgãos. Quanto menor for o estadio, melhor será o prognóstico.

De qualquer modo, o estadio mais preciso, em doentes operados, apenas é determinado após o exame da peça cirúrgica (órgãos e tecidos removidos). Ou seja, o plano de tratamento pode ser alterado após a cirurgia.

De uma forma geral, as recomendações por estadio são as seguintes:

Estadio 0
É uma fase muito inicial em que o cancro está no revestimento interior do cólon ou do reto. Assim, a opção de tratamento é, geralmente, a cirurgia.

Estadio I
O tumor desenvolveu-se para dentro da parede do cólon ou do reto. No entanto, não atingiu a parede exterior nem passou para o exterior do cólon. Também neste estadio a opção de tratamento é, geralmente, a cirurgia.

Estadio II
O tumor desenvolveu-se mais profundamente para o interior da parede do cólon ou através da parede do cólon ou do reto. Pode ter invadido tecidos circundantes, mas as células cancerígenas não chegaram aos gânglios linfáticos. Neste estadio, a opção de tratamento também é, por norma, a cirurgia, podendo ser aplicada quimioterapia como complemento, antes ou depois da cirurgia. Se o tumor for no reto, pode também estar indicada radioterapia.

Estadio III
O tumor já atingiu os gânglios linfáticos vizinhos, mas não chegou a outras partes do corpo. Neste caso, as opções terapêuticas incluem a cirurgia e a quimioterapia.

Estadio IV
Esta é já uma fase bastante avançada da doença. O tumor está disseminado, ou seja, tem metástases em outras partes do organismo, como por exemplo o fígado ou os pulmões. Neste estadio, a hipótese de cura é muito baixa, pelo que o tratamento é muito variável e individualizado. Deverá ter como principal objetivo manter alguma qualidade de vida.

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