Possível vacina do VIH testada em humanos

Atualizado a 02 agosto 2018

O vírus da imunodeficiência humana (VIH) já reclamou mais de 35 milhões de vidas. No final de 2017, aproximadamente 37 milhões de pessoas viviam com o VIH, 1,8 milhões dos quais foram infetados em 2017.

Até à data, não existe qualquer tipo de vacina. No entanto, uma equipa de investigação da Faculdade de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos, desenvolveu uma vacina contra o VIH-1 que obteve respostas imunitárias animadoras.

O ESTUDO

A equipa do Beth Israel Deaconess Medical Center, da Faculdade de Medicina de Harvard, liderada pelo professor Dan Barouch, recrutou, entre fevereiro de 2015 e outubro de 2016, 393 adultos provenientes de 12 clínicas da África Oriental, África do Sul, Tailândia e Estados Unidos da América.

Os voluntários tinham entre os 18 e os 50 anos e eram saudáveis, não estando infetados com o vírus VIH-1. Durante 48 semanas receberam uma de sete combinações de vacinas ou um placebo. Os participantes foram distribuídos aleatoriamente em oito grupos de estudo, e as injeções foram administradas via intramuscular.

Paralelamente a este estudo, a mesma equipa testou esta vacina experimental em 72 macacos rhesus (macaca mulatta). O objetivo foi perceber se a vacina protegia estes primatas do SHIV (uma combinação do VIH e do SIV, a versão deste vírus em símios). Os resultados foram animadores. A vacina protegeu 67% dos macacos do vírus, obtendo-se uma resposta “robusta e comparável” em ambos os estudos, refere Dan Barouch.

Um caminho para descobrir uma vacina

O estudo da vacina experimental RV144 realizou-se na Tailândia. O estudo revelou ter uma eficácia de prevenção de 31,2%, uma percentagem considerada demasiado baixa para uma vacina eficaz. Antes do estudo realizado por Dan Barouch, o RV144 tinha sido um dos primeiros estudos realizados com humanos em 35 anos de pesquisa médica.

Apesar dos avanços sem precedentes na profilaxia e tratamento do VIH, continua a aumentar o número de infetados em todo o mundo. Nos comentários do artigo do The Lancet, a equipa de Dan Barouch acredita ser fundamental prosseguir a “implementação de uma vacina, ainda que moderadamente eficaz, juntamente com a estratégia de prevenção e tratamento na resposta ao VIH”.

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