Vacina inovadora elimina cancro em ratos

Atualizado a 27 julho 2018

A cura do cancro é um dos maiores desafios da ciência e medicina moderna. Há décadas que investigadores lutam, sem sucesso, para descobrir uma forma de controlar ou erradicar esta doença letal.

No início de 2018, cientistas da Universidade de Stanford testaram uma vacina com dois produtos biológicos em roedores. Os resultados foram impressionantes. Segundo um estudo publicado na revista Science Translational Medicine, esta vacina ao ser injetada diretamente no tumor sólido dos ratos, para além de curar o animal, impediu recidivas, obtendo-se um sucesso de 97%.

A comunidade científica internacional está muito otimista com os resultados desta experiência, que será agora testada em humanos. Estaremos mais perto da cura do cancro? Os próximos testes darão a resposta.

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Uma nova esperança?

Os resultados do estudo liderado por Ronald Levy, oncologista, um dos pioneiros da imunoterapia cancerígena da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos da América, podem trazer um novo paradigma. Tudo graças a uma nova vacina.

Composta por um anticorpo (OX40) e uma molécula (CPG), esta vacina potencia a ação dos linfócitos T (glóbulos brancos cuja função é proteger o organismo e eliminar células cancerígenas), os quais ficam assim capacitados a identificar as células cancerígenas, conseguindo erradicar todos os linfomas na totalidade do organismo dos ratos.

Ainda que a forma de atuação da vacina não seja, por si só, uma novidade, é inédita a atuação conjunta destes dois componentes. Mesmo em porções muito reduzidas (cerca de uma milionésima parte de um grama) faz toda a diferença, assumindo-se também como uma terapia com menor probabilidade de efeitos secundários e economicamente acessível.

Em que consistiu a investigação?

O processo iniciou-se com o transplante de linfomas em duas regiões distintas do rato. Posteriormente, os investigadores aguardaram que as massas se desenvolvessem, injetando em seguida a vacina diretamente em apenas um dos tumores.

Ao fim de cerca de 15 dias ambos os tumores tinham desaparecido. O passo seguinte consistiu na aplicação de um linfoma em simultâneo com um tumor no cólon.

Desta vez, depois de aplicada a vacina, apenas o linfoma tinha desaparecido. A razão para tal, segundo declarações de Levy ao site da Universidade de Stanford, tem a ver com “o facto de apenas tumores que partilham o mesmo grupo proteico podem ser curados em simultâneo”.

O teste em humanos

O próximo passo será testar a ação desta vacina em humanos e, para tal, a Universidade de Stanford está a desenvolver um novo estudo. O objetivo é analisar o seu efeito numa amostra de 15 doentes com linfomas Não-Hodgkin.

No entanto, existem outros desafios em causa, pois a análise em humanos difere dos ratos. Por um lado, os cancros nos roedores desenvolvem-se em dias e nos humanos a doença leva anos a manifestar-se (e a ser erradicada), daí a maior dificuldade em ser detetada em fases precoces.

Também o período de avaliação do aparecimento de recidivas é muito menor nos ratinhos, do que nos humanos. No estudo anterior, as cobaias estiveram sob vigilância durante seis meses, mas nos humanos, o cenário de uma possível recidiva implica um acompanhamento de, no mínimo, cinco anos.

Os produtos indicados no artigo poderão não estar cobertos pelo seguro de saúde, assim deverá ver as condições do seu contrato.

Fontes utilizadas:
STM.ScienceMag.org | Med.Stanford.edu | Med.Stanford.edu

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