declarar guerra à doença, um combate que ainda trava
No geral, sentia-se bem. Queixas, tinha só a antiga falta de ar relacionada com a asma crónica e, mais recentemente, aquela dorzinha que não o deixava.
Depois de vários exames para esclarecer o que se passava, o diagnóstico chegou. Não era o esperado e, muito menos, o desejado: tratava-se de um tumor neuroendócrino pulmonar. A dor permanente, era uma metástase a manifestar-se.
Seguiram-se vários outros exames complexos, muitas dúvidas, medo e ansiedade. Era agora inevitável tomar a atitude que Sérgio B., 60 anos, evitara ao longo do tempo: partilhar a notícia com a família, mulher e filhos. E declarar guerra à doença, um combate que ainda trava.
Os tumores neuroendócrinos (TNEs) constituem um grupo heterogéneo de neoplasias, com origem nas células do sistema neuroendócrino. A maioria localiza-se a nível gastroenteropancreático e pulmonar.
Este tipo de tumores considerados raros é, muitas vezes, de difícil diagnóstico, atendendo à diversidade de manifestações clínicas Os sintomas dos tumores neuroendócrinos pulmonares, entre os quais dificuldade em respirar, tosse ou infeções pulmonares, são comuns aos das outras doenças pulmonares (como, por exemplo, a asma) o que leva a que, frequentemente, sejam diagnosticados de forma tardia.
O sistema neuro endócrino produz hormonas que regulam e controlam as várias funções do organismo, como, por exemplo, a digestão ou a respiração. As células neuroendócrinas existem em várias regiões do corpo humano e os tumores surgem quando algumas dessas células passam por uma mutação e começam a multiplicar-se de forma desordenada, originando uma massa anormal de tecido. Como na generalidade dos cancros, o diagnóstico precoce é importante para aumentar as possibilidades de cura.
Apesar de uma das caraterísticas deste tipo de tumores ser o seu crescimento lento, o problema é que os casos iniciais são geralmente assintomáticos e a maior parte dos doentes são diagnosticados quando o tumor já se espalhou por outras partes do organismo. Nestes casos, quanto melhor for a adesão ao tratamento, mais elevada é a possibilidade de controlar a doença e garantir a qualidade de vida dos doentes.
Sérgio B. prossegue o tratamento num hospital de Lisboa, apoiado pelos profissionais de saúde que o acompanham, acarinhado pela família e otimista em relação ao futuro.
Tenho Cancro. E depois? é um projeto editorial da SIC Notícias com o apoio da Médis.
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