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“Se cumprirmos agora, vamos abraçar-nos mais cedo”

Atualizado a 13 abril 2020

COVID-19

No dia em que fez 47 anos, Paula Gustavo teve uma das piores notícias da sua vida. “Estava sozinha numa clínica e com a cabeça a pensar em mil e uma coisas. Soube, ali, que tinha cancro da mama.” O processo foi rápido, apesar do medo, e na altura ultrapassou tudo. Recentemente teve duas recidivas: cancro no cérebro, metastizado no próprio órgão. O medo voltou com a doença e acentuou-se com a chegada do novo coronavírus. “Estou há cerca de 20 dias em isolamento e, apesar da animação nesta casa — as minhas duas filhas são incansáveis e ajudam-me muito —, tenho muitos momentos em que me vou abaixo psicologicamente. Volta o medo.”

Devido à pandemia, já começou a ter consultas por telefone no IPO de Lisboa e só vai ao hospital quando tem de fazer algum tratamento inadiável. Entre a meditação, os livros e os filmes, sempre acompanhada pelas filhas, Paula Gustavo mantém-se positiva e deixa um conselho a todos os doentes: “Fiquem em casa. Se cumprirmos agora, vamos abraçar-nos mais cedo.”

A Direcção-Geral da Saúde (DGS) indicou, numa norma destinada ao seguimento e tratamento de pessoas com cancro no período de pandemia, que os doentes oncológicos devem ser testados, mesmo sem sintomas, antes de iniciarem (ou durante) os tratamentos de quimioterapia e radioterapia e antes de serem operados. Nos casos positivos, a quimioterapia deve ser suspensa até que a infeção passe; e as radioterapias, já iniciadas, devem manter-se — desde que existam circuitos e equipamentos separados fisicamente para doentes de covid-19. O que já está a ser feito em alguns hospitais, que criaram circuitos preferenciais para os doentes oncológicos, privilegiando as suas especificidades. Nuno Bonito, oncologista, defende que “o doente com cancro em tratamento ativo deve ser testado de forma sistemática”, para saber se está ou não infetado.

Combater a ansiedade

Terminar com as visitas a doentes internados foi uma das primeiras regras implementadas pelos três IPO (Lisboa, Porto e Coimbra). Para minimizar a ansiedade das famílias e dos doentes, o IPO de Coimbra, que conta com cerca de 18 mil doentes ativos, criou uma medida de apoio: “Temos já tablets a serem distribuídos nas enfermarias para potenciar visitas à distância. Esta é uma forma de aproveitarmos o mundo digital para aproximarmos os doentes dos seus familiares e amigos”, explica Margarida Ornelas, presidente deste instituto. Gerir a ansiedade de doentes e profissionais que temem pela sua saúde e pela sua vida é o principal desafio para quem está à frente de um hospital. “Aos doentes, pedimos que cumpram as recomendações e confiem em nós. Aos profissionais, pedimos que continuem a considerar o doente como o objetivo e finalidade do nosso trabalho, que ajam responsavelmente, sem alarmismo”, refere Rui Henrique, presidente do IPO do Porto. Alguns destes centros estão, inclusive, a prestar apoio psicológico aos colaboradores através de linhas telefónicas, que ajudam a baixar o nível de stress. Para os doentes da Região Norte, a Liga Portuguesa contra o Cancro (LPCC) criou uma linha de apoio especializada em covid-19 (800 919 232), disponível de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 17h30, para esclarecer dúvidas e combater o isolamento.

Tratamentos, consultas e cirurgias

Os oncologistas têm privilegiado a quimioterapia oral sempre que possível, para que o doente possa manter-se no seu domicílio. E em alguns casos as sessões de radioterapia também já estão a sofrer adaptações com doses maiores, diminuindo as idas aos centros. As consultas presenciais, cujo adiamento foi considerado clinicamente possível, foram adiadas e as sem presença do utente aumentaram (só no IPO de Coimbra subiram mais de 60%), sendo distribuídos telemóveis aos serviços, de forma a facilitar o contacto entre médicos e entre médico e doente. “Mesmo permanecendo em casa, continuam a ser orientados e seguidos pelos seus médicos oncologistas”, sublinha Ana Raimundo, presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO).

As cirurgias não oncológicas e cirurgias não urgentes foram suspensas ou adiadas. Recorde-se que em Portugal já há mais de 800 profissionais de saúde infetados e que o fecho das escolas também contribuiu para que o número de colaboradores diminuísse. “Temos profissionais doentes e outros em quarentena, o que limita a nossa capacidade de resposta, por isso apelamos a que tenham mais paciência e tolerância com a duração dos procedimentos ou tratamentos”, observa Rui Henrique.

O papel do cuidador

Nesta fase da pandemia não são só os hospitais que têm de se adaptar. “A pandemia representa uma preocupação acrescida para nós, cuidadores”, confessa Ana Santos, cuidadora do marido, Vítor Santos, desde que este adoeceu com um cancro da próstata, há 11 anos. Seguiu-se um problema no rim e, desde novembro do ano passado, um cancro de pulmão. O marido, após uma cirurgia ao rim, começou a precisar de fazer hemodiálise, o que faz com que se tenha de deslocar até ao hospital de Portalegre três vezes por semana. Sendo residente em Elvas, Vítor faz a viagem até ao hospital numa carrinha com mais meia dúzia de doentes. Segundo Ana, ninguém usa máscara e, de acordo com os especialistas, os doentes que estão em tratamento contra o cancro e que estejam imunodeprimidos devem usar esta proteção. “Já consegui convencer o meu marido a levar proteção, mas fui eu que comprei na farmácia”, diz.

Não têm sido dias fáceis. Em casa, onde também vivem a filha e a neta, todos os cuidados são poucos. Por agora, os abraços entre a neta e o avô vão ter de esperar, pois toda a família sabe que deve manter o distanciamento social apesar de não estarem infetados. “É um sobressalto constante. Aconselho aos cuidadores muita paciência, muita atenção e muita fé”, sublinha. No caso de cuidadores que estejam infetados com o novo coronavírus, a Direção-Geral de Saúde (DGS) aconselha: “Se for responsável pelo cuidado de um familiar ou coabitante vulnerável ou idoso, deve, sempre que possível, transferir essa responsabilidade provisoriamente, enquanto durar a quarentena/isolamento.” Para consultar mais recomendações visite o site www.dgs.pt.

As principais recomendações para os doentes oncológicos:

  • manter a distância de outras pessoas e limitar contacto próximo
  • afastar-se de pessoas doentes quando sair, sobretudo se houver foco da doença na comunidade
  • evitar multidões
  • lavar frequentemente as mãos
  • para os doentes oncológicos em tratamento ativo e imunossupressor, o uso de máscara recomenda-se
  • evitar idas desnecessárias ao hospital e, sempre que possível, fazer consultas por telefone com o médico oncologista
  • prestar atenção aos sintomas e, se ficar doente, deve ficar em casa e ligar para o SNS24 ou para o médico assistente que acompanha o processo.

Tenho Cancro. E depois? é um projeto editorial da SIC Notícias com o apoio da Médis.

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