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"Quanto tempo tenho de vida?"

Atualizado a 22 abril 2019

Nuno Gil, médico oncologista

Cerca de 10% dos doentes com diagnóstico de doença grave querem saber quanto tempo têm de vida. "Como dizer a verdade sem tirar a esperança? Como estimar o tempo de vida? Como gerir a emoção?" São questões que Nuno Gil, médico oncologista, diretor da Unidade do Pulmão da Fundação Champalimaud, coloca a si próprio com muita frequência.

Todos os dias, o médico oncologista Nuno Gil recebe doentes que se confrontam com a incredibilidade da ideia da sua própria morte. Todos os dias lida demasiado perto com pessoas no limite da existência.

Mas não é um homem amargo porque é um médico que, confessa, "acredita na alma" e no "sentido da vida".

Há trinta anos que Nuno Gil se dedica à oncologia, que dá as boas e as más notícias, que lida com a dor dos doentes e familiares.

O seu dia começa bem cedo no pequeno gabinete da Fundação Champalimaud onde dá consultas, avalia casos, prescreve tratamentos. Dá boas e más notícias. Sorri, conforta. É assim há quase 30 anos, desde que escolheu dedicar-se à oncologia. Hoje, trabalha exclusivamente na área do cancro do pulmão.

Quanto tempo tenho?

Cerca de 10% dos doentes com diagnóstico de doença grave, querem saber: "Quanto tempo tenho de vida?"

Nuno Gil foi explicar como se comunica a morte a uma plateia de especialistas, no I Congresso Internacional sobre "A Morte" que se realizou no mês passado, em Guimarães. "Como dizer a verdade sem tirar a esperança? Como estimar (realisticamente e com justiça) o tempo de vida? Como gerir a emoção?" Questões apresentadas, uma a uma, num power point e lançadas à discussão entre os congressistas.

"Como se adivinha o tempo de vida?" Enquanto faz a pergunta, Nuno Gil apresenta tabelas com cálculos referentes à esperança de vida e idade provável de morte, a que junta outros dados sobre os progressos na área da ciência e da medicina.

A apresentação parte de um caso concreto. O de um homem de 58 anos, empresário que procura o médico por causa de uma dor na coluna dorsal e que, após os exames, se revela um cancro no pulmão no estadio IV. Recebe o diagnóstico e procura segunda e terceira opinião com três respostas diferentes para a mesma pergunta "Quanto tempo de vida?" De um (talvez dois anos...) o prognóstico passou para seis meses e, finalmente para apenas três... Nuno Gil observa o doente para uma quarta opinião, cinco anos depois da primeira "sentença" e dois antes do seu falecimento. Ou seja, sete anos depois de ter recebido o veredito que não viveria mais de um, talvez dois anos...

"Como se adivinha o tempo de vida?", pergunta Nuno Gil , apresentando tabelas da Segurança Social americana com cálculos referentes à esperança de vida e idade provável de morte e os dados que referem os significativos avanços relacionados com o aumento de esperança de vida, nos casos de cancro do pulmão. Sinais dos tempos com os notáveis progressos da ciência médica, da investigação e da tecnologia.

"A luz ao fundo do túnel"

Na comunicação das más notícias e no acompanhamento dos doentes, Nuno Gil defende que os médicos, mais do que a luz ao fundo do túnel, devem ser a luz "ao longo do túnel do sofrimento". Há que "manter a calma", "pensar como um rochedo" sem deixar que as ondas dos sentimentos o movam.

Já há vários protocolos de abordagem, mas ele ainda não tem a certeza se a técnica torna a tarefa mais fácil…

Aos congressistas explicou os vários passos para comunicar as notícias más. Criar "um ambiente de serenidade e suporte emocional"; perceber se o doente "está preparado para receber mais más notícias"; perceber "o que o doente quer saber", tendo em conta que há pessoas que não querem ter informação ou preferem que esta seja transmitida a familiares ou amigos; evitar o monólogo; facilitar perguntas, não usar termos técnicos, incluir pausas, verificar se a pessoa entendeu o que se disse, usar o silêncio e a linguagem corporal; "não minimizar a gravidade da situação, não pedir desculpa"; estar preparado para diferentes tipos de resposta (lágrimas, raiva, negação, culpa, medo, pânico, desmaio); saber ouvir, ser solidário. E depois, planear os passos seguintes, como definir objetivos atingíveis, por exemplo, o controlo da dor ou a prestação de cuidados paliativos, certificando-se, antes de terminar o encontro, se o doente e família entenderam a mensagem e se estão identificados os recursos necessários para o apoiar.

"O essencial é manter a qualidade de vida até ao final e conseguir aceitar a finitude da vida."

O essencial é "manter a qualidade de vida até ao final" e conseguir "aceitar a finitude da vida", "aprender a desatar o laço", afirma Nuno Gil. "Ter os sintomas controlados" e "morrer acompanhado no local que se deseja". Dizer adeus e continuar o caminho com os outros que amamos.

Porque a morte - considera - "é uma forte afirmação da vida, como, aliás, nos mostra a natureza. Basta olhar para ela".

Tenho Cancro. E depois? é um projeto editorial da SIC Notícias com o apoio da Médis.

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