Dia Mundial sem Tabaco
O tabaco é responsável por 90% dos casos de cancro do pulmão no mundo. Sabe-se que, até ao ano 2000, provocou cinco milhões de mortes e que, por cada cigarro que se fuma o tempo de vida diminui sete minutos. São dados do Relatório Global da Organização Mundial de Saúde “sobre tendências na prevalência do uso de tabaco entre 2000/2025”.
Com base nestas informações, a Associação Portuguesa da Luta Contra o Cancro do Pulmão (Pulmonale) lança uma campanha nacional a 31 de maio, o Dia Mundial sem Tabaco, destacando a mensagem de que o hábito de fumar baixará 30% até 2025 em relação a 2010.
Em fevereiro deste ano, a revista Nature publicou um estudo, segundo o qual o abandono do risco de fumar pode bastar para reverter danos nas células no pulmão.
Uma equipa do Instituto Wellcome Sanger e da University College de Londres liderada por Peter Campbell concluiu que, no caso de uma pessoa deixar de fumar, há um conjunto de células que pode recuperar até aos níveis normais de mutações. A conclusão é baseada num estudo que envolveu a análise de biópsias do tecido de 16 pessoas e um total de 632 perfis genéticos de células do pulmão.
Os investigadores notam que alguns dos sinais do consumo de tabaco no nosso ADN acabam por desaparecer, não sendo os danos das células irreversíveis, o que abre esperança a muitos fumadores, podendo incentivá-los a deixar de fumar.
“Nunca é demasiado tarde para deixar o tabaco – algumas pessoas no nosso estudo fumaram mais de 15 mil maços de cigarros durante toda a sua vida e passados poucos anos de terem deixado de fumar muitas das suas células nas vias respiratórias não mostram provas de danos causados pelo tabaco”, afirma Peter Campbell num comunicado de imprensa da Cancer Research UK.
Um dos autores do artigo, Sam Janes, sublinha a importância de parar de fumar para reduzir o risco de cancro do pulmão. “Parar de fumar em qualquer idade não só diminui a possibilidade de acumular mais danos, como também pode recuperar células que não foram danificadas por escolhas anteriores de estilo de vida”, diz, referindo que a investigação poderá contribuir para “levar a novas estratégicas terapêuticas para combater o cancro.”
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