pandemia da COVID-19
Na sequência da pandemia da COVID-19, muitos doentes viram cancelados ou adiados exames, tratamentos ou consultas em todas as áreas. Na área do cancro do pulmão, uma das questões consideradas mais preocupantes é o atraso no diagnóstico, segundo Isabel Magalhães, presidente da Pulmonale – Associação Portuguesa de Luta Contra o Cancro do Pulmão. “Geralmente diagnosticado em fase tardia” o atrasar do diagnóstico é tão mais preocupante quanto se afigura da maior relevância o diagnóstico atempado desta patologia”, considera Isabel Magalhães, advertindo que “os verdadeiros efeitos nefastos dos atrasos decorrentes da covid-19 só serão visíveis, com alguma décalage temporal.”
Números fiáveis de atos médicos cancelados e adiados, no que respeita ao cancro do pulmão, não há, diz a presidente da Pulmonale. “Não existe a nível nacional um registo credível e atualizado que permita referir com exatidão o número de cirurgias, primeiras consultas, consultas de seguimento, tratamentos ao adiados na sequência da pandemia”.
Contudo, sublinha: “A nossa experiência do terreno diz-nos que ,de uma forma geral, os tratamentos já iniciados em doentes com cancro do pulmão foram mantidos ainda que com alterações, visando uma menor necessidade de deslocação dos doentes aos Hospitais.”
Isabel Magalhães nota que a Pulmonale tem acompanhado toda a situação de perto, de forma a que os doentes tenham e continuem a ter os melhores cuidados possíveis, procurando informá-los e incentivando-os a ter um papel mais interventivo na gestão do seu processo de doença.
A mensagem principal da associação foi, aliás, tema do webinar “Tratamento do cancro do Pulmão/ regresso aos melhores cuidados” que promoveu no final de maio: os doentes não devem atrasar as consultas, os tratamentos, devem regressar com confiança às instituições onde estão a ser seguidos. Sobretudo, Isabel Magalhães salienta a importância do diagnóstico precoce e defende que “recuperar atrasos nessa área deverá ser prioridade.”
O cancro do pulmão é o cancro que mais mata em todo o mundo, representando 18,4% dos casos de morte por doença cancerígena, segundo dados divulgados na página Pulmonale. O diagnóstico precoce é condição essencial na luta contra o cancro do pulmão.
Sabe-se como o tabagismo contribui para o seu surgimento, sendo o risco de cancro nos fumadores cerca de 20 vezes superior ao dos não fumadores. O tabaco também contribui para enfraquecer o sistema imunológico e aumentar a vulnerabilidade relativamente a doenças cardiovasculares e a doenças infeciosas, entre as quais a Covid-19. Deixar de fumar pode ser assim um importante contributo para prevenir esta infeção, a par da prevenção do cancro de pulmão, defendem os especialistas.
Tenho Cancro. E depois? é um projeto editorial da SIC Notícias com o apoio da Médis.
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