Fatores de risco associados ao cancro do fígado
Na Europa, as doenças de fígado são a sétima causa de morte e em Portugal representam a quinta causa de morte precoce. A dimensão e o impacto social das doenças do fígado são ainda desconhecidas da população em geral e de muitos profissionais de saúde.
Mais de 830 mil pessoas morreram de cancro do fígado, no ano passado, em todo o mundo, e mais de 900 mil novos casos foram diagnosticados.
São estes os números que dão sentido à campanha “Cuide do seu fígado” que a Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia (SPG) lança, em parceria com a Europacolon Portugal e a Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado, com o objetivo de sensibilizar, informar e prevenir a população sobre as doenças do fígado, bem como para alertar para os hábitos a adotar para um bom funcionamento deste órgão essencial. São eles: alimentação saudável, prática de desporto e consultas regulares ao gastrenterologista.
A campanha conta a história do João e deixa uma mensagem clara: O fígado devia estar sempre no centro das atenções, mas pelas melhores razões. É um órgão imprescindível e não podemos viver sem ele.
Todos os anos surgem, em Portugal, cerca de mil a 2 mil novos casos de cancro e realizam-se cerca de 250 transplantes do fígado.
"Estas doenças afetam não só o doente, mas também a família e a sociedade em geral", diz Rui Tato Marinho, presidente da SPG.
Cerca de 10 a 40% das pessoas com cirrose vêm a desenvolver cancro do fígado ao fim de 10 anos.
Causas principais de cirrose em Portugal:
- consumo excessivo de álcool durante anos
- hepatite c
- excesso de peso.
A obesidade, a diabetes e o excesso de colesterol levam à acumulação de gordura no fígado. Este excesso de gordura chama-se “esteatose” que poderá levar a que o fígado fique inflamado e provoque alteração das análises. Mais de 1 milhão de portugueses têm análises do fígado alteradas, sendo que estas devem ser incluídas como sendo de rotina.
As doenças do fígado associadas à obesidade e diabetes têm vindo a aumentar, nos últimos anos, e com o aumento da obesidade prevê-se que o impacto seja mais grave daqui a algumas décadas, quando a geração da obesidade infantil chegar aos 40 anos.
COVID-19 e cancro do fígado
Atrasos nos exames impediram o diagnóstico "em fase tratável"
Devido à pandemia, "houve dificuldade em fazer os exames, portanto admitimos que para algumas pessoas se tenha perdido um bocado o tempo para fazer o diagnóstico do cancro do fígado ainda em fase tratável", disse o presidente da SPG à agência Lusa.
No entanto, a pandemia pode vir a causar ainda mais danos, no futuro, devido ao aumento de duas das três principais causas de cancro do fígado (excesso de peso e consumo excessivo de álcool) que se tem verificado, de forma geral, durante o último ano. Leia mais aqui.
Tenho Cancro. E depois? é um projeto editorial da SIC Notícias com o apoio da Médis.
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