Todos os dias surgem novas informações sobre o novo coronavírus, desde os testes de diagnóstico às vacinas, e nem sempre é fácil estar atualizado. Encontre aqui as respostas às dúvidas mais frequentes dos clientes do Médico Online Médis sobre a COVID-19.

Prescrição do teste à COVID-19 no Médico Online

A prescrição de um teste de diagnóstico da COVID-19 carece sempre de uma avaliação clínica prévia, realizada por um médico.

O médico realizará uma análise integrada dos seus sinais, sintomas, antecedentes de saúde, medicação habitual, risco de exposição ao vírus SARS-CoV-2 (novo coronavírus) e, mediante o quadro clínico e o nível de risco, decidirá se tem ou não necessidade de realizar o teste, garantindo sempre uma utilização racional e responsável dos testes.

Por exemplo, se não tiver sinais ou sintomas sugestivos de COVID-19 e não tiver fatores de risco (ex.: doença oncológica, doentes imunodeprimidos) poderá não se justificar a prescrição do teste.

Tenho sintomas. Devo ir ao hospital?

Evite deslocar-se ao hospital, exceto se tiver sinais ou sintomas graves, como por exemplo falta de ar, dor no peito, tosse com sangue (hemoptises), vómitos ou diarreia persistentes. Deverá, em primeiro lugar, telefonar para a Linha SNS 24 (808 24 24 24) ou, em alternativa, contactar a Linha Médis ou o serviço do Médico Online da Médis (via app Médis).

Qualquer um destes serviços fará uma triagem dos seus sinais e sintomas e, se a sua situação clínica o justificar, irá prescrever o teste de diagnóstico de COVID-19 ou encaminhá-lo para avaliação presencial numa área dedicada a doentes respiratórios, seja ao nível do centro de saúde ou a nível hospitalar.

Tipos de teste disponíveis e quando devem ser utilizados

O diagnóstico laboratorial da infeção aguda pelo vírus SARS-CoV-2 pode ser realizado através de dois tipos de testes:

Os testes de amplificação de ácidos nucleicos (RT-PCR), que permitem detetar material genético do vírus SARS-CoV-2 em algumas horas. Na medida em que possuem uma elevada sensibilidade e especificidade, estes testes são considerados o método de referência e podem ser utilizados em todas as situações clínicas previstas pela Direção-Geral da Saúde (DGS).
Os testes rápidos de deteção de antigénios, que permitem detetar moléculas da estrutura do vírus SARS-CoV-2 em apenas alguns minutos. Na medida em que possuem uma sensibilidade e especificidade variáveis, estes testes só devem ser utilizados em pessoas com sintomas e com cargas virais elevadas, ou seja, durante os primeiros cinco dias de infeção, bem como em contexto de surtos. A presença de um resultado positivo confirma o diagnóstico de infeção aguda pelo vírus SARS-CoV-2, porém a presença de um resultado negativo requer sempre a confirmação através de um teste de RT-PCR.

Os testes de deteção ou quantificação de anticorpos, também designados testes serológicos, não devem ser utilizados para realizar o diagnóstico laboratorial da infeção aguda pelo vírus SARS-CoV-2.

Teste positivo. O que devo fazer?

Tendo confirmada a infeção pelo vírus SARS-CoV-2 (novo coronavírus) num teste de diagnóstico reconhecido para o efeito e dispondo de todas as condições de habitabilidade e/ou exequibilidade de isolamento no domicílio*, deverá cumprir os dias de isolamento até à alta clínica indicados abaixo, em função da sua situação clínica:

Apresenta sintomas ligeiros ou moderados: 10 dias desde o início dos sintomas.
Está assintomático: deve cumprir também 10 dias de isolamento após a data em que realizou o teste.
Doença grave ou crítica ou em situações de imunodepressão grave: 20 dias desde o início dos sintomas.

Estando assintomático e se desenvolver sinais ou sintomas, ou estando sintomático e se tiver agravamento dos mesmos, poderá ter de prolongar este período de isolamento, mediante avaliação e indicação médica. A alta clínica é baseada na evolução dos sinais e sintomas do doente, não sendo necessário realizar novo teste laboratorial para pesquisa de SARS-CoV-2, exceto em situações bem definidas e que o médico que o segue no Serviço Nacional de Saúde terá em consideração.

O teste deu negativo. Não tenho COVID-19?

Se realizou um teste RT-PCR e este foi negativo, à partida isso significa que nesse momento o vírus não estava detetável na amostra respiratória que colheu e que não está infetado/não tem COVID-19. Contudo, sabemos que em alguns casos um teste pode estar falsamente negativo, nomeadamente em casos em que a carga viral esteja baixa ou em casos em que a colheita, acondicionamento e transporte da amostra não tenham sido corretamente realizados. Por essa razão poderá ter de repetir o teste, como por exemplo, caso tenha persistência dos sinais ou sintomas. Um médico ajudá-lo-á a avaliar essa necessidade.

Por outro lado, se realizou o teste sem sinais ou sintomas ou pouco tempo após o contacto com um caso confirmado de COVID-19, isso não significa necessariamente que não esteja infetado pelo vírus. Nesses casos, poderá ainda não estar detetável, visto que o vírus apresenta um período de incubação que varia entre um e 14 dias (o tempo que o vírus demora a replicar-se no nosso organismo e a causar doença), podendo vir a estar detetável mais tardiamente.

Caso tenha realizado um teste rápido de antigénio (TRAg) com resultado negativo e apresente sinais e sintomas sugestivos de COVID-19, deverá realizar um teste de RT-PCR para confirmar se está efetivamente negativo.

Estive em contacto com um caso confirmado. E agora?

Se esteve em contacto (exposto) com um caso confirmado de COVID-19 e não tem sinais ou sintomas sugestivos da doença, deverá primeiro que tudo compreender se é um contacto de baixo ou de alto risco. Para tal, poderá ligar para a Linha SNS 24 (808 24 24 24) para solicitar apoio nessa avaliação e para eventual emissão da declaração de isolamento profilático provisória (se se aplicar) ou, caso se aplique, aguardar que o delegado de saúde (Saúde Pública) faça essa avaliação. Se se tratar de um contacto de alto risco, deverá ficar imediatamente em isolamento no domicílio, durante 14 dias desde o último contacto com o caso confirmado de COVID-19, pois poderá desenvolver a doença durante este período (período de incubação do vírus).

Caso tenha estado em contacto com um caso confirmado de COVID-19 e apresente sinais ou sintomas sugestivos de COVID-19, poderá ligar para a Linha SNS 24 (808 24 24 24) ou, em alternativa, contacte a Linha Médis ou agende uma consulta no Médico Online (via app Médis), na qual o seu quadro clínico será avaliado.

O contacto de alto risco refere-se à pessoa que teve um contacto próximo, direto ou desprotegido com um caso confirmado de COVID-19, durante mais de 15 minutos e em ambientes fechados. Deve ficar em isolamento profilático durante 14 dias desde a data do último contacto com o caso confirmado e ligar para a Linha SNS 24 assim que tiver conhecimento desse contacto, na qual irão analisar o caso e emitir a declaração de isolamento profilático provisória, caso se aplique, bem como avaliar a necessidade de realizar o teste de diagnóstico de RT-PCR.

Em ambos os casos, se desenvolver sinais ou sintomas sugestivos de COVID-19 durante os 14 dias após o contacto, deverá ligar para a Linha SNS 24 (808 24 24 24), ou em alternativa, contacte a Linha Médis ou agende uma consulta no Médico Online, via app Médis.

Estou sem sintomas e cumpri os dias de isolamento.
Posso sair?

Se já cumpriu os dias de isolamento adequados à gravidade do seu quadro clínico (10 ou 20 dias, consoante os casos) e não teve febre nos últimos três dias de isolamento sem utilização de antipiréticos (medicamentos para reduzir a febre), além de melhoria significativa dos sintomas durante três dias consecutivos, então poderá retomar a sua vida habitual, mediante indicação do médico do SNS que o segue, continuando a cumprir as medidas de prevenção recomendadas pela DGS, nomeadamente o uso de máscara, o distanciamento social, a lavagem das mãos e medidas de etiqueta respiratória. Não necessita de fazer um novo teste de RT-PCR, exceto em casos muito específicos e que o médico que o segue irá discutir consigo.

Não devem igualmente ser realizados testes para diagnóstico de COVID-19 nos 90 dias subsequentes à infeção.

Qual é o período de incubação da COVID-19?
E de infecciosidade?

O período de incubação é o tempo que decorre entre a exposição ao vírus e o início da infeção (no caso dos assintomáticos) ou da doença (início dos sintomas) e que no caso do novo coronavírus varia entre um dia, no mínimo, até 14 dias, no máximo. Assim, o tempo que demora até a pessoa desenvolver a infeção/doença é diferente de pessoa para pessoa.

O período de infecciosidade é o tempo em que um indivíduo infetado pelo novo coronavírus pode infetar uma pessoa suscetível à infeção, ou seja, uma pessoa passível de ser infetada. Um caso confirmado de COVID-19 (ou seja, um doente sintomático) pode infetar outras pessoas desde as 48 horas anteriores ao início dos sintomas até 10 dias (na maioria dos casos) ou 20 dias (em pessoas com doença grave ou imunocomprometidos) após o início dos sintomas. No caso de pessoas infetadas mas assintomáticas, considera-se que podem infetar outras pessoas desde 48 horas antes da data em que realizaram o teste até 10 dias após essa data (exceto se desenvolverem sinais ou sintomas).

Condições para isolamento no domicílio:

telefone/telemóvel facilmente acessível
termómetro
quarto separado ou cama individual para o doente
uso de máscara cirúrgica pelo doente e coabitantes
acesso a casa de banho, preferencialmente individual
água e sabão para higiene das mãos e produtos de limpeza doméstica
cuidador que assegura medicação crónica do doente (de acordo com autonomia do doente)
não residir com pessoas imunodeprimidas ou grávidas.

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