2014.12.03

Exercício Fora do Ginásio

​A falta de tempo tornou-se numa desculpa old fashion para eliminar o exercício físico da rotina. O ginásio é uma boa motivação para a prática de atividade física, já que tem aulas de grupo com hora marcada, que inspiram a uma espécie de compromisso, e oferece um ambiente propício e contagiante para manter a forma. Porém, nem só de máquinas de musculação, piscina ou estúdios de modalidades depende o treino. 

Em casa ou ao ar livre, é possível continuar a cuidar do corpo, seja com o objetivo de perda, manutenção de peso ou simples condicionamento. Na praia, por exemplo, basta uma toalha ou uma bola para desfrutar de uns minutos de treino funcional. 

Este tipo de treino é a nova tendência fitness e recorre essencialmente ao peso do próprio corpo para fortalecer a zona abdominal e lombar, promover a coordenação motora, recuperar a agilidade, entre outros benefícios. O método de treino funcional envolve movimentos que são específicos da atividade do dia-a-dia (agachamentos, exercícios de equilíbrio), sendo, por isso, tão útil a um maratonista como a uma dona de casa que deseja carregar compras ou agarrar os filhos ao colo sem incorrer em lesões, daí que este treino tenha as suas origens no trabalho de reabilitação. Mas passemos à prática. 

Na praia, na posição de pé, com uma perna à frente da outra, flita o joelho deslocando o corpo na vertical para baixo. Mantenha as pernas a 90 graus e eleve o calcanhar. Além de um excelente exercício funcional, usado no quotidiano para levantar ou apanhar objetos do chão, este agachamento vai tonificar as suas pernas e os glúteos para o verão. Meta pés ao caminho e complemente ainda, sempre que possível, com uma caminhada à beira-mar. O American Journal of Preventive Medicine recomenda dez mil passos por dia, sendo que, na areia, o esforço é maior, mas compensa na definição muscular e no controlo de peso. 

Parques ou jardins são ótimas alternativas para dar um passeio e, acrescentam investigadores canadenses e americanos, combater a depressão. Nos ambientes de natureza, o cérebro parece relaxar de forma mais eficaz durante uma caminhada, o que ajuda a refrescar as capacidades cognitivas como a memória, defende o estudo recentemente publicado no Journal of Affective Disorders. Agora que desgastou as fibras musculares, está na altura de alimentá-las, dando ao organismo os nutrientes adequados para reconstruir novo músculo. Falamos essencialmente de proteína. 

Camarão combina com verão... E coração. 

Menos calórico do que a carne, é rico em minerais como o selénio e composto por gorduras cardioprotetoras (o marisco estava associado ao colesterol elevado, mas estudos recentes confirmam que este grupo de alimentos reduz o nível de triglicéridos no sangue). 

Carnes brancas, lentilhas e feijões são mais opções proteicas a conjugar na tendência primavera/verão.

As saladas! Verde é a cor da nova estação. 

Verde de rúcula, boa fonte de vitaminas A e C, verde de agrião, rico em antioxidantes que combatem o cancro, ou verde de espinafres, cujos teores em ferro e cálcio o Popeye ajudou a divulgar. Esqueça as saladas mistas do costume. Aposte na criatividade (e na saúde) e junte boas gorduras, como nozes e sardinhas. Por alguma razão, Keri Glassman formulou a dieta das sardinhas, com base nas suas mega vantagens para o coração e o controlo de peso. Não esqueça ainda de reforçar as vitaminas nesta refeição. Ananás cai sempre bem, é diurético, facilita a digestão e entra na luta contra a celulite. Os frutos vermelhos (morangos, tomate, etc.) também são importantes porque têm propriedades antioxidantes e rejuvenescedoras. 

Esta é também a “época alta” das infeções alimentares. As temperaturas elevadas ameaçam sobretudo alimentos à base de natas, ovos, maionese. Colocar a comida na mesa o mais próximo possível da altura em que vai ser ingerida é, por isso, uma medida recomendada pela ASAE para eliminar riscos. O calor aumenta ainda a probabilidade de desidratação que, no corpo, é denunciada por sintomas de tonturas, dores de cabeça e fadiga e, na pele, é sinal de envelhecimento acelerado. 

Beber cerca de oito copos de água por dia é o mínimo e também vai ajudar a diminuir as dores causadas por pedras (cálculos) no rim que têm a maior incidência nos meses de verão.

Cuidado com as ondas de calor! 

Vá consultando o mapa de alertas da Direção Geral de Saúde (www.dgs.pt) e aproveite para saber mais sobre os perigos da radiação ultravioleta. O sol é, simultaneamente, o nosso melhor amigo e inimigo. A exposição ao sol provoca um aumento dos níveis de serotonina, uma hormona associada ao estado de alerta, à energia e ao bom humor, mas uma coisa é exposição protegida e vigiada, outra é o escaldão. Use e abuse do protetor solar e tenha presente, pelo menos, três factos nem sempre do conhecimento comum:

1) Podemos apanhar um escaldão num dia nublado; 

2) A exposição solar sem proteção dos olhos pode originar cataratas; 

3) O sol também “queima” quando viajamos de carro, sobretudo porque é refletido pelos vidros.

Atenção às ondas do mar! Tudo indica que trazem as bactérias (indicadores de contaminação fecal de aves, por exemplo) para a areia, onde sobrevivem e se multiplicam. “Não comer na areia” foi já, por isso, um alerta emitido pelo American Council of Science and Health. A areia, especialmente nos meses de calor, pode ter substâncias que resultam em problemas gastrointestinais.

Fonte: Revista Mais Médis nº6; Edição: Cofina Media​

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