2017.06.01

Vai viajar para o estrangeiro? Saiba o que fazer

 

Se viajar para outros países europeus não envolve riscos acrescidos para a saúde, conhecer lugares exóticos pode representar uma volta de 180º na estabilidade do organismo. Nos países tropicais, existem micro-organismos e agentes patológicos contra os quais o sistema imunitário de um ocidental pode não estar preparado para se defender. Antes de viajar para o estrangeiro, principalmente para África, Ásia ou América do Sul, procure a Consulta de Saúde do Viajante. Esta está disponível em quase todos os pontos do país sob marcação prévia, através do Serviço Nacional de Saúde ou no setor privado.

CONSULTA DO VIAJANTE

Cerca de dois meses antes de partir para destinos tropicais, consulte um médico especialista em doenças infeciosas e em medicina tropical (componente viagens). Esta consulta deve ser realizada antes e, se necessário, depois da viagem, como prevenção para definir o plano de vacinação ou para diagnóstico de alguma complicação de saúde contraída durante a estadia. O médico indicar-lhe-á, antes de partir, quais as precauções a adotar no local, em especial se está grávida ou viaja com crianças, idosos ou doentes crónicos a tomar medicação.

Conselho: É importante levar o seu filho ao pediatra, para conhecer os riscos que corre e saber se é necessária vacinação para determinado destino.

VACINAÇÃO

O plano de vacinas é definido em função do destino de férias. As vacinas mais aconselhadas são a da cólera, difteria, encefalite japonesa, hepatites A e B, gripe, raiva, tétano e febre tifoide. A vacina da febre-amarela é obrigatória para entrar em África, América Central e América do Sul.Se tem Meca como destino, a Arábia Saudita exige a vacina da meningite meningocócica. Como não existe vacina para a malária, a mais mortífera doença tropical, os medicamentos profiláticos terão de ser iniciados uma semana antes da viagem e só deverão ser terminados no final da quarta semana, após regresso.

Conselho: Reforce os cuidados, em função dos insetos predominantes no destino de viagem. Aplique repelentes, vista roupas compridas e durma protegido por redes mosquiteiras impregnadas de repelente.

CUIDADOS DIÁRIOS

É importante seguir os conselhos médicos para evitar gastroenterites, diarreias ou outros distúrbios mais graves. Em países onde existem deficiências nas redes de água e saneamento básico, não ingira água canalizada, evite o gelo nas bebidas. Prefira fruta descascada por si e evite as saladas e outros alimentos crus ou mal cozinhados. Coma os alimentos que sejam confecionados de forma simples. O vestuário e o calçado devem ser práticos e adequados à estação do ano. Prefira roupas de algodão ou outros materiais que permitam uma boa respiração cutânea, assim como de cor clara. Coloque protetor solar com frequência.

Conselho: É importante manter-se hidratado e ingerir líquidos, mas somente engarrafados e que sejam abertos à sua frente.

GRAVIDEZ

Os médicos obstetras consideram que entre as 12 e as 30 semanas é a altura mais indicada para viajar, uma vez que, nesta fase, as náuseas e a sonolência já quase desapareceram e grávida ainda está leve para se deslocar. Não se recomendam percursos de automóvel com duração superior a seis horas por dia e convém fazer pausas a cada duas horas. Viajar nesta fase exige, no entanto, um planeamento rigoroso. Peça informação junto do seu obstetra sobre os riscos que corre, se viajar para os continentes que oferecem maior risco por causa das doenças infeciosas. Na Consulta do Viajante, será informada dos cuidados a adotar, durante e após a viagem, de acordo com cada país.

Conselho: Leve o Boletim de Saúde da Grávida, medicação habitual e de urgência, seguro de viagem, cartão europeu de seguro de doença da Segurança Social e contactos do hospital/maternidade e embaixada no local de destino.

CRIANÇAS

Viajar com os filhos exige um planeamento reforçado, uma vez que existem mais cuidados a ter e bagagem a levar. O ritmo dos dias tem de ser mais lento, respeitando os seus horários. Nos passeios, leve sempre uma mochila com alguns pertences da criança, água, protetor solar, alimentos leves e um brinquedo ou objeto pessoal. Se o seu filho tem alergias ou qualquer problema de saúde, convém trazer uma descrição médica em inglês ou uma pulseira com informações sobre a condição médica da criança, caso seja necessário recorrer a algum serviço de urgência.

Conselho: Certifique-se de que terá assistência médica para o seu filho no destino de férias. O cartão europeu de seguro de doença da Segurança Social é válido na UE e outros países europeus, mas pode informar-se sobre a cobertura do seu seguro de saúde ou fazer um seguro para a viagem.

Caso sinta alterações e mal-estar, após o regresso, consulte, de imediato, o médico para diagnosticar, através de observação clínica, análises e exames médicos se contraiu alguma doença. Não esqueça de trazer sempre consigo um kit de saúde SOS, com antipirético e analgésico.


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