2017.08.01

SOS verão: Como resolver alguns imprevistos de férias

 

Por mais agradável que seja o verão, esta altura do ano também é propícia a dissabores. E não há como escapar de alguns imprevistos em férias. Se o imprevisível ameaça arruinar estes dias, nada melhor do que recorrer a medidas SOS, antes que a situação se agrave. Uma picada de alforreca, espécie tão comum nas águas do Algarve, pode resolver-se em poucos minutos ou piorar. Uma otite pode durar alguns dias ou avançar para um quadro bacteriano. Saiba o que distingue as mezinhas caseiras que são reconhecidas pelos especialistas dos mitos que só complicam a situação.

Principais imprevistos em férias:

1. Picadas de alforreca

Se avistar uma medusa na água enquanto toma banho, afaste-se. A má fama das alforrecas ou águas-vivas é merecida. Os seus tentáculos (nematocistes) prendem-se à pele e libertam diversas substâncias tóxicas. A picada de alforreca desencadeia lesões cutâneas, com dor, vermelhidão, inchaço, calor intenso e ardor. Antes de tratar, é preciso retirar os tentáculos presos à pele, mas sem usar a toalha (use uma espátula). Passe água do mar, aplique gelo e uma pomada com efeito calmante e anti-inflamatório.

Mito Vinagre, bicarbonato de sódio ou água salgada, são várias as mezinhas indicadas para amenizar o efeito das picadas de alforreca. Embora estas três substâncias possam ter um efeito calmante, a sugestão popular de deitar urina na picada é desaconselhada. Pode aumentar a reação à picada.

Sabia que As medusas da costa portuguesa são relativamente inofensivas. O mesmo não acontece com a chironex fleckeri, também conhecida por vespa do mar, uma espécie letal que vive nas águas da Austrália e em regiões do Indo-Pacífico. O veneno é capaz de matar uma pessoa em cinco minutos.

2. Queimaduras solares

A falta de cuidados e a exposição à radiação solar excessiva provocou danos inesperados na sua pele? Existem truques caseiros, mas recomendados pelos dermatologistas, que podem ajudar a acalmar o mal-estar. Em caso de queimadura, a American Academy of Dermatology aconselha a sair imediatamente do sol e tomar banhos frescos frequentes para reduzir o desconforto. Evite o uso de gel de banho e, após sair da água, seque a pele cuidadosamente e aplique um hidratante, Prefira produtos neutros ou com substâncias calmantes como o aloé vera. Tomar uma aspirina ou ibuprofeno ajuda a reduzir o inchaço. Reforce ainda a ingestão de água para prevenir a desidratação.

Mito Pelo efeito calmante dos produtos da família da benzocaína, há quem acredite que este anestésico local está indicado para queimaduras solares, mas não é verdade. Pelo contrário, a benzocaína é desaconselhada pela American Academy of Dermatology, pela reação irritante que pode provocar.

Sabia que A formação de bolhas na pele pode significar que tem queimaduras de 2ºgrau. Não mexa nas bolhas, pois estas formam-se para ajudar a pele a regenerar e a proteger-se de infeção.

3. Micoses A tendência comum é para desvalorizar as infeções por fungos no cabelo, pele ou unhas. No entanto, segundo um artigo da Sociedade Brasileira de Dermatologia, são uma das causas mais importantes de morbilidade no mundo. A longo prazo, as infeções fúngicas podem originar doenças sérias. Como o contacto com superfícies contaminadas é suficiente para apanhar micoses, mantenha bons hábitos de higiene e evite andar descalço nas piscinas. Mergulhar os pés em água morna com sal ou vinagre de cidra pode ter um efeito desinfetante, no caso do vulgar pé de atleta. Aplicar uma pomada específica e desinfetar o calçado usado são medidas a seguir.

Mito Há quem acredite que aplicar sumo de limão sobre a zona infetada pode ajudar a combater os fungos responsáveis pela infeção. Além de ser apenas uma crença popular infundada, o contacto entre o ácido cítrico e a zona infetada pode agravar o problema.

Sabia que As infeções fúngicas são muito comuns nos países tropicais por causa do clima quente e húmido. O Centers for Disease Control and Prevention dá conta da existência de cerca de 1,5 milhões espécies de fungos no mundo, 300 dos quais podem causar infeções e doenças.

4. Otites Mais frequente nas crianças do que em adultos, segundo a Sociedade Portuguesa de Pediatria (SPP), a otite é a infeção mais comum nos mais jovens. Este facto justifica-se pela menor cartilagem de suporte e posição do canal da trompa de Eustáquio. O verão é propício a episódios de otites agudas, uma vez que a cera que protege o ouvido externo é eliminada com a água, deixando-o mais vulnerável a infeções fúngicas, virais ou bacterianas. O contacto com o calor seco, como uma toalha aquecida, pode ajudar a reduzir a dor de ouvidos. Em caso de persistência ou agravamento de sintomas, dor ou aparecimento de febre deverá contactar o médico.

Mito As infeções do ouvido só se conseguem tratar com recurso a antibiótico? Não. Apenas as situações de origem bacteriana. Se os sintomas se mantiverem ao fim de 48 a 72 horas, o médico prescreve antibiótico.

Sabia que O tubo de Eustáquio liga a parte de trás das narinas ao ouvido médio. Permite regular a pressão do ar entre as duas zonas. Se o nariz inflamar, o tubo dilata e o líquido acumula-se atrás do ouvido, provocando um quatro de otite.

Existem pequenos truques caseiros que podem ser verdadeiros SOS perante episódios de saúde que ameaçam arruinar as suas férias. Se os sintomas persistirem, deve procurar um médico.


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