2017.12.07

A psoríase é uma doença de pele crónica que afeta 1 a 3% da população.

Apesar de não ser contagiosa, os doentes com psoríase sofrem muito com o estigma desta doença. Não existe cura para a psoríase mas, com a terapêutica certa, é possível controlar os sintomas e ter uma melhor qualidade de vida.

O que é a psoríase?

É uma doença de pele crónica, que pode surgir em qualquer idade e não é contagiosa. Há uma maior incidência nas pessoas com pele clara, mas todos os tipos de pele podem ser afetados.

A psoríase manifesta-se habitualmente sob a forma de lesões vermelhas, espessas e descamativas na pele. Estas costumam surgir em zonas como o couro cabeludo, cotovelos, costas ou nádegas. É também muito comum nas sobrancelhas, axilas, umbigo e zona lombar. Estas lesões têm origem num crescimento anormalmente elevado das células da pele. Desconhece-se o motivo deste crescimento, mas acredita-se que pode estar relacionado com alterações  ao nível do funcionamento do sistema imunológico. Doentes com psoríase podem também sofrer alterações nas unhas, as quais ficam deformadas, espessas e frágeis.

Tipos de psoríase

A psoríase no couro cabeludo é, segundo a PSOPortugal – Associação Portuguesa da Psoríase, a manifestação mais frequente desta doença. É comum o seu aparecimento  na linha do cabelo, podendo também em alguns casos, afetar o pescoço a face ou as regiões retroauriculares.

Muitos destes casos apresentam-se sob a forma de psoríase em placas, com lesões vermelhas e descamativas, com um relevo prateado, a cobrir as zonas típicas da doença. No caso da psoríase gutata, as lesões costumam ser em forma de gota e afetam, de forma súbita e inesperada, sobretudo crianças e jovens.

Existem ainda outros tipos de psoríase com caraterísticas específicas:

A psoríase inversa - As lesões aparecem nas regiões das pregas (axilas, virilhas e região infra-mamária). O aspeto das lesões é ligeiramente diferente do habitual, são lesões vermelhas, brilhantes sem escama evidente, o que dificulta o diagnóstico.

A psoríase eritrodérmica - As lesões são generalizadas, ocupando toda a superfície da pele. É um tipo grave de psoríase, devido ao risco de complicações.

A psoríase com pústulas - Surgem pústulas (bolhas com pus) com especial incidência nas palmas das mãos e plantas dos pés. Em casos mais graves, faz-se acompanhar de febre e mau estar geral.

Terapêuticas

Trata-se de uma doença com impacto físico e psicológico na qualidade de vida dos doentes. Os resultados do Estudo PeSsOa – Viver com Psoríase, realizado pela Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, revelam que mais de metade dos doentes (56,2%) com psoríase,  lidam diariamente com sintomas como dores, mau estar, ansiedade e depressão.

De acordo com a Federação Internacional das Associações de Psoríase, a Organização Mundial de Saúde aprovou uma resolução reconhecendo que a psoríase é uma doença de pele sem cura, alertando para a necessidade de controlo da mesma Segundo a PSOPortugal, as soluções tópicas existentes no mercado, são muito eficazes no controlo das lesões, se aplicadas regularmente e em conjunto com outros tratamentos. A exposição solar e a fototerapia têm também apresentado bons resultados na melhoria das manifestações da doença.

Os medicamentos sistémicos (orais ou injetáveis) devem apenas ser utilizados em casos mais graves, necessitando de acompanhamento médico rigoroso.​


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