A moda nem sempre é aliada da saúde e quando se trata do bem-estar dos pés todo o cuidado é pouco. Dados de um estudo, publicado na revista da Associação Portuguesa de Podologia, revelam que a maioria das mulheres não escolhe calçado adequado ao formato do seu pé. A largura é o aspeto mais ignorado (73,3% das inquiridas usa o comprimento correto mas apenas 10% respeita a largura) e é também um dos principais fatores para o aparecimento e agravamento dos temidos joanetes, deformação do osso ao nível do dedo maior do pé. Veja como evitar três problemas comuns e conseguir uns pés perfeitos.
Joanetes
A designação oficial deste problema é Hallux Valgus e consiste numa deformação óssea na base do primeiro dedo do pé que origina um desvio da ponta do dedo e um crescimento do osso na articulação. O calçado desadequado pode desencadear ou agravar o problema, que também está associado a predisposição genética, doença articular ou à prática desportiva.
Conselho: Consulte um podologista aos primeiros sinais – dor, desconforto, inchaço, desvio do primeiro dedo – para avaliar o caso e definir o tratamento. Além do calçado, pode ser necessário o recurso a ortóteses ou até cirurgia.
Evite: Usar calçado estreito que impeça a movimentação normal dos dedos. Escolha sempre modelos adequados ao seu tipo de pé e, de preferência, compre-os ao final do dia, altura em que está mais inchado e sensível.
Calosidades
Durante o dia o pé sustém o peso de todo o corpo. Embora esteja preparado para esta missão, a posição, o calçado ou a forma de andar podem originar pressão excessiva ou fricção. Como resposta dá-se o espessamento da pele e surgem as calosidades. Existem ainda outras causas: tipo de pele, idade, deformação no pé ou lesões virais, como as verrugas (cuja remoção requer cuidados extra para evitar contágio).
Conselho: Periodicamente, faça uma esfoliação ou use pedra pomes para atenuar a rigidez cutânea. Use diariamente um creme nutritivo para garantir a elasticidade cutânea e prefira calçado ajustado ao pé.
Evite: Usar limas e outros instrumentos para a remoção da pele com calosidades está desaconselhado. Não resolve e pode até agravar o problema (uma das reações naturais à agressão será o engrossamento de pele).
Secura
A pele seca perde a sua função de barreira protetora e deixa o organismo vulnerável a lesões ou infeções. Os pés são particularmente sensíveis a este problema que se pode traduzir em dor, prurido ou fissuras. Por um lado, não têm glândulas sebáceas que garantam a oleosidade da pele, apenas glândulas sudoríparas. Por outro, estão mais expostos a agressões devido ao solo ou ao calçado. Hidratar é essencial sobretudo no verão quando as agressões externas aumentam. Na persistência do desconforto e secura cutânea deverá consultar um médico. Para além do tipo de pele e da ação externa, a secura pode estar relacionada com patologias como hipertiroidismo, eczema atópico, entre outras.
Conselho: Cuide dos seus pés diariamente, aplicando um bom hidratante após o banho e sempre que necessário. A esfoliação periódica pode ajudar a atenuar o problema, mas deve ser evitada caso tenha fissuras na pele.
Evite: Se tem tendência para pele seca ou fissuras, evite andar descalço ou usar chinelos e calçado que não acompanhe o movimento do pé, aumentando a fricção na planta do pé e desgaste no calcanhar.
Destaque Se tem diabetes deve redobrar a vigilância e os cuidados com os seus pés. Secura, calosidades ou lesões são fatores que, aliados à perda de sensibilidade do pé diabético, podem pôr em risco a saúde e levar à amputação.