2018.01.09

Os piores inimigos dos olhos

Fique a conhecer quais os piores inimigos dos seus olhos e algumas das situações que colocam em risco a sua saúde visual.

No mês em que se assinala o Dia Mundial da Visão, apontamos as principais situações que colocam em risco a sua saúde visual, em casa, no carro, na rua ou no trabalho. E deixamos um conselho: fique de olho nos seus olhos.

O que pode acontecer em casa?

A casa é, normalmente, um lugar seguro. Mas os acidentes acontecem. E assim é no que respeita à saúde visual. Os principais riscos estão associados a produtos químicos, que se utilizam nas limpezas domésticas, como detergentes e lixívias – são produtos abrasivos e, como tal, nocivos para os olhos, podendo causar queimaduras.

Também na cozinha há alguns riscos, decorrentes, por exemplo, do uso de gorduras para cozinhar: quando se colocam alimentos numa frigideira com óleo ou azeite quente podem libertar-se respingos que, se atingirem os olhos, podem queimar.

São apenas alguns exemplos, mas o uso de objetos afiados – facas, tesouras, agulhas, ferramentas de jardinagem, por exemplo – também constitui uma potencial ameaça à integridade e saúde dos olhos.

E até numa garrafa de champanhe que se abre para celebrar pode haver perigo: basta que a rolhe se solte em direção ao rosto. 

Como se previne?

A prevenção é sinónimo de segurança. É importante, antes de mais, ter cuidados redobrados quando se manuseiam produtos químicos e objetos afiados. E, quer num caso, quer noutro, não os deixar ao alcance das crianças. Depois, há que ler bem os rótulos dos produtos, para saber como agir em caso de acidente, e não os misturar, pois há substâncias que são incompatíveis e podem reagir, entrando em efervescência e lançando respingos. Durante a aplicação de produtos em spray, é essencial manter o bocal afastado do rosto e virado para o exterior, de modo a que, em caso de pressão involuntária, não atinja a pele e os olhos. No manuseio de ferramentas – de bricolage ou jardinagem, nomeadamente – o ideal é usar óculos protetores.
 
E no local de trabalho?

Depende do tipo de trabalho. Os riscos para a visão estão associados à atividade que se desenvolve, nomeadamente se é um trabalho mais manual e físico ou se é um trabalho mais intelectual, de escritório.

Entre as tarefas que implicam um risco acrescido estão as que envolvem o manuseamento de produtos químicos, como solventes e tintas, o uso de ar comprimido e de ferramentas, bem como a condução de máquinas e a presença prolongada em ambientes com poeiras, com luzes muito claras e luzes ultravioleta.

Alguns destes riscos são partilhados por quem trabalha em ambiente laboratorial. Há ainda que considerar os profissionais de saúde, que manuseiam fármacos e outras substâncias químicas e que, além da possibilidade de danos oculares, estão sujeitos ao risco de infeção.

Nestes vários cenários, o que pode acontecer? Libertar-se uma fagulha, uma lasca, uma gota de químico, que podem causar queimaduras e cortes na córnea, prejudicando a acuidade visual.

Nestas circunstâncias, a melhor garantia de proteção é dada pelo uso de óculos próprios, que, semelhantes a uma viseira, funcionam como um escudo eficaz contra a entrada de substâncias estranhas.

E o computador?

À semelhança dos ecrãs televisivos, durante muito tempo acreditou-se que os ecrãs de computador emitiam radiações nocivas para os olhos. Não há, contudo, provas científicas de que assim seja: ou seja, é um facto que os ecrãs emitem radiação, mas em quantidades residuais, pelo que não constituem um perigo.

Isto não significa, porém, que não haja riscos para a saúde ocular associadas ao uso do computador. Porque há: desconforto e fadiga ocular, vermelhidão e ardor, dificuldade em focar as imagens podem resultar de uma exposição excessiva aos ecrãs. O desconforto estende-se ao pescoço e à cabeça, provocando dores. De tal forma que estes sintomas são já descritos como “síndrome visual do computador” e estima-se que afetem 25% das pessoas que estão mais de três horas diárias em frente ao monitor (telemóveis e tablets incluídos).

Este é um problema que tende a crescer à medida que estamos cada vez mais dependentes da tecnologia. E que está longe de se confinar ao local de trabalho, estendendo-se a casa e a outros espaços onde estamos continuamente ligados.

Para um monitor amigo dos olhos

E, uma vez que a tecnologia veio para ficar, é crucial adotar comportamentos preventivos. Assim:

• Regule o brilho e o contraste do monitor, de modo a torná-lo menos agressivo;
• Evite o reflexo de luz, seja artificial, seja natural;
• A cada 20 minutos, faça uma pausa de 20 segundos, e foque o olhar num objeto mais distante (a cerca de seis metros);
• Se já usa óculos, prefira lentes com antirreflexo,
• Se os sintomas acima descritos persistirem, consulte um oftalmologista.

Há riscos na condução?

Todos sabemos que uma condução segura exige um elevado grau de concentração. Para tal, além de uma boa audição, é essencial boa visão: afinal, é preciso estar de olho no espelho retrovisor e nos laterais, nos peões, nos outros veículos e em todas as circunstâncias externas, como o estado da estrada e do tempo.

Os olhos são, pois, centrais. Mas também podem ser vítimas de algumas dessas circunstâncias, como conduzir com muita luz solar, com neve ou no crepúsculo. Para prevenir acidentes, é útil, por exemplo, baixar o visor, para impedir que a luz incida diretamente sobre os olhos; usar óculos de sol, com proteção ultravioleta; se usa lentes graduadas, vale a pena investir em proteção anti embaciamento e antirreflexo. E há que fazer pausas na condução, para que o foco dos olhos mude.

Interações

A saúde visual é afetada pelo ambiente, mas também pelo estado de saúde geral de cada um. É que há doenças que deixam os olhos mais vulneráveis, bem como medicamentos que podem desencadear sintomas oculares.

Entre as doenças, destaca-se a diabetes. Uma das complicações da elevada concentração de açúcar no sangue é mesmo a retinopatia diabética, uma lesão no olho que pode levar à cegueira. Este é um risco mais provável em quem sofre de diabetes do tipo 1 (surge, sobretudo, na infância), o que reforça a importância do controlo da doença.

Entre os medicamentos passíveis de ter impacto na saúde visual estão os descongestionantes nasais, os anti-histamínicos (para tratamento de alergias) e os fármacos para a hipertensão, os quais contribuem para a secura do olho.


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