2017.06.11

Proteja-se da gastroenterite em 6 passos

É durante o verão, que a gastroenterite mais atinge as crianças e jovens. Conheça os riscos e as regras elementares a seguir para proteger a sua saúde e de toda a família.

Vírus, bactérias e parasitas são os principais responsáveis pela gastroenterite, infeção do aparelho digestivo cujos incómodos sintomas podem quebrar a tranquilidade das férias. Os meses quentes de verão, seja pelas temperaturas elevadas, refeições fora de casa ou viagens ao estrangeiro são propícios a este tipo de problema, em adultos e crianças. Para que passe este verão sem imprevistos, identifique os riscos e siga as recomendações que reunimos para si e para a sua família.

Gastroenterite: principais causas

Segundo o relatório da OMS relativo ao período entre 2007 e 2015, citado pelo Instituto Ricardo Jorge, os norovírus são os principais responsáveis por doenças diarreicas, contabilizando 15 milhões de casos na Europa. São microrganismos altamente contagiosos e transmitem-se via oral e fecal, através de água e superfícies contaminadas ou alimentos contaminados ou mal cozinhados. Além dos vírus, a lista das causas de gastroenterite inclui as bactérias, como a Salmonella e E. coli, transmitidas pelo consumo de água e alimentos contaminados (ou cuja preparação e/ou conservação é insuficiente) e pelo contacto com a pessoa infetada. E por último, os parasitas intestinais, mais comuns na infância, sobretudo em ambiente escolar (creche).

  1. Higiene pessoal A regra de ouro da prevenção desta infeção é a higiene. Lave as mãos com água e sabão sempre que necessário, antes e depois das refeições, e depois de ir à casa de banho. Incentive o seu filho a reforçar os hábitos de higiene após contacto com superfícies que podem estar contaminadas, nas brincadeiras ao ar livre ou com animais.
  2. Segurança à mesa Não consuma alimentos não pasteurizados, de origem não certificada ou desconhecida. Prefira produtos naturais e frescos e, caso tenha dúvidas quanto à preparação e conservação, não arrisque. Lave cuidadosamente a fruta e as verduras. Limpe bem os utensílios usados na preparação de carne: a contaminação pode ocorrer entre superfícies ou utensílios, se não existirem precauções de higiene. Cozinhe muito bem os alimentos: a carne, os ovos, os moluscos bivalves e os crustáceos são veículos comuns de infeção.
  3. Dar o exemplo Se tem filhos, não se esqueça de lavar as mãos depois de trocar as fraldas do bebé ou se houve contacto com alguém doente. Na preparação de papas ou leite em biberão, ferva a água ou use água engarrafada. Se o seu filho está doente, mantenha-o afastado do lugar onde prepara os alimentos e evite a partilha de toalhas, talheres ou outros objetos. Lave a roupa contaminada a temperaturas elevadas.
  4. Sinal de alarme A doença pode manifestar-se entre algumas horas e dias após o contágio. Queixas de mal-estar abdominal, náuseas, perda de apetite, dor de cabeça, febre, vómitos e/ou diarreia são os sintomas mais comuns de gastroenterite. Nas crianças pode ainda verificar-se irritabilidade. Em caso de febre e vómitos, certifique-se de que o seu filho se mantém hidratado, ingerindo pequenas porções de água.
  5. Como agir Nos adultos, os sintomas manifestam-se entre um e sete dias, desaparecendo por si. Nas crianças duram entre dois a três dias, embora os episódios de diarreia possam manter-se mais de uma semana. Regra geral, não é ministrado tratamento específico para além de cuidados de repouso e de hidratação. Garanta a ingestão de líquidos – água, soluções de reidratação oral - para compensar as perdas devido aos vómitos ou diarreia. Introduza gradualmente alimentos de fácil digestão (caldos, arroz) e evite os lacticínios ou alimentos ricos em fibra. A toma de medicamentos pode ser recomendada em casos mais graves, mas requer parecer médico.
  6. Quando procurar ajuda Perante o agravamento na intensidade ou duração dos sintomas (diarreia superior a uma semana, sinais de desidratação severa, presença de sangue ou pus nas fezes) procure aconselhamento médico. A consulta é recomendada a bebés com idade até dois meses, e adultos ou crianças com o sistema imunitário fragilizado, devido a patologia ou tratamento. O mesmo se aplica caso tenham passado férias num país com condições sanitárias insuficientes ou sofram de uma doença crónica e tenham dificuldade em tomar a medicação devido aos sintomas de gastroenterite.

Os doces ou salgados vendidos nas praias ou na rua são desaconselhados, pois além de favorecerem a desidratação podem não estar conservados nas melhores condições.


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