2017.10.08

Está a ver bem? Conheça os problemas de visão mais comuns.

​Saiba quais os problemas de visão mais comuns na população portuguesa. Identificar causas, sintomas e riscos é o primeiro passo para a prevenção.

Tenha a sua saúde visual debaixo de olho: os problemas de visão são uma realidade para grande parte da população. A Organização Mundial de Saúde estima que, em todo o mundo, 253 milhões de pessoas vivam com algum tipo de défice visual. No nosso País, o panorama não é mais animador. Segundo a Direção-Geral da Saúde, cerca de metade da população portuguesa sofre de alterações da visão, desde a diminuição da acuidade visual até à cegueira.

Mas há boas notícias: atuar atempadamente é a chave para reverter este cenário. Afinal, mais de 80% de todas as deficiências visuais podem ser evitadas ou tratadas, garante ainda a OMS. Prevenir e detetar precocemente é possível: há que conhecer os principais problemas de visão e fazer check-ups com alguma regularidade. A Sociedade Portuguesa de Oftalmologia recomenda a realização de um exame oftalmológico a todas as crianças antes da entrada para a escola. Nos adultos saudáveis, o despiste deve ocorrer pelo menos uma vez entre os 20 e os 40 anos e, a partir daí, a cada dois anos. Pessoas diabéticas ou com outros fatores de risco devem ser examinadas uma vez por ano. Para não perder de vista o bem-estar dos seus olhos, saiba quais as doenças oculares mais comuns e os sintomas a que deve estar atento.

Erros refrativos

Os problemas de visão mais frequentes são os erros refrativos, atingindo metade da população adulta portuguesa e 20% das crianças. O denominador comum neste conjunto de alterações da acuidade visual é uma fogagem inadequada das imagens na retina. Geralmente corrigidos com o uso de óculos ou lentes de contacto, em casos mais raros pode justificar-se a cirurgia. Ainda assim, os especialistas advertem: determinados efeitos refrativos podem ser causados por outras doenças. Mesmo em casos aparentemente menos graves, não deve dispensar, portanto, a avaliação por parte de um médico oftalmologista.

 Miopia: Em olhos míopes as imagens são focadas à frente da retina, ao invés de diretamente nesta membrana. Este defeito refrativo é responsável por uma dificuldade em ver ao longe com nitidez.

 Hipermetropia: É a antítese da miopia. Quem é afetado por esta condição vê bem a longa distância, o desafio está em discernir com clareza o que está perto. Pode provocar fadiga ocular ou dores de cabeça em atividades que exijam maior focagem, como a leitura.

 Astigmatismo: Corresponde a uma visão desfocada ou distorcida que advém, na maioria dos casos, de uma curvatura desigual da córnea. Pode surgir isoladamente ou estar associado a outros erros refrativos ou doenças oculares.

 Presbiopia: Vulgarmente conhecida por vista cansada, traduz-se numa dificuldade em ver ao perto, fruto do avançar da idade. Surge devido à perda progressiva de elasticidade do cristalino, que se começa a fazer sentir, geralmente, a partir dos 45 anos.

Estrabismo

Este problema ocular ocorre quando há um desalinhamento dos eixos visuais, com os olhos a apontar em direções opostas. O estrabismo surge habitualmente na infância e, em muitos casos, é mesmo congénito. Na idade adulta, pode acontecer em consequência de outras doenças ou traumatismos. Também conhecido por "olho torto", pode ser constante ou manifestar-se apenas pontualmente. Diagnosticar e tratar precocemente esta doença é decisivo para que a visão do olho estrábico não fique diminuída. A baixa visão resultante do estrabismo designa-se por ambliopia.

Catarata

É a principal causa de cegueira a nível mundial, lembra a DGS. Caracteriza-se por uma opacificação da lente natural do olho, chamada cristalino. Habitualmente é consequência do envelhecimento do olho, mas também pode ser congénita ou motivada por traumatismos ou outras doenças. O único tratamento para a catarata é a cirurgia, que consiste na remoção do cristalino opacificado, substituído por uma lente intraocular artificial.

Glaucoma

Nele se engloba um conjunto de doenças crónicas que afetam o nervo ótico. O glaucoma conduz à perda progressiva de visão e pode mesmo causar cegueira. Diferentes fatores podem estar na origem da lesão do nervo ótico, sendo o mais recorrente o aumento da pressão intraocular. Existem dois grandes tipos de glaucoma: de ângulo aberto e de ângulo fechado, o primeiro deles o mais frequente. A evolução da doença pode ser travada por via medicamentosa ou cirúrgica, mas não há cura conhecida para o glaucoma. Progredindo silenciosamente, os sintomas do glaucoma tendem a fazer-se sentir apenas em fases mais tardias da doença. Como tal, é importante submeter-se a exames de rotina para despiste precoce.`

Retinopatia diabética

A diabetes é um dos maiores inimigos da saúde visual. A retinopatia diabética é uma manifestação ocular da diabetes e uma das principais causas de cegueira, alerta a SPO. Esta doença é provocada por alterações nos vasos sanguíneos da retina que conduzem à perda de líquido e sangue e, por conseguinte, à diminuição da visão. Ainda que possa ser alvo de tratamento laser, a forma mais eficaz para combater a retinopatia diabética é controlar os níveis de açúcar no sangue. É também frequente que esta patologia progrida de forma assintomática inicialmente, pelo que rastreio precoce é fundamental. O Grupo de Estudos da Retina recomenda que todos os doentes com diabetes se submetam anualmente a exames de despiste.


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