Luz ao fundo do túnel: nova esperança no combate ao cancro da mama

Atualizado a 07 março 2019

Graças aos avanços da ciência médica e ao crescente alcance de campanhas de sensibilização para o cancro da mama, os avanços para o combate a esta doença têm sido promissores. De acordo com a American Cancer Society a taxa de sobrevivência de 5 anos para quem for diagnosticado com cancro da mama de estágio 0 a 1 é de praticamente 100%. Para aquelas pessoas com cancro da mama de estágio II é de cerca de 93%.

Não obstante os incríveis avanços da ciência, existem ainda grandes reservas para quem for diagnosticado com metástases derivadas do cancro da mama. Para estas pessoas, infelizmente, a taxa de sobrevivência de 5 anos desce dramaticamente para os 22%. Mas uma abordagem recente parece trazer uma nova esperança.

Nova abordagem

Existem três protocolos clássicos para combater o cancro da mama. São eles a cirurgia, radiação e quimioterapia. No entanto, os efeitos secundários destas terapias são extremamente elevados. Por outro lado, em caso de metastização, o risco de toxicidade dos tratamentos é ainda mais elevado. Por estas razões, a investigação tem avançado no sentido de desenvolver terapias menos tóxicas. Entre elas, destacamos a utilização da luz para ativar medicação do combate ao cancro.

Nalinikanth Kotagiri, professor assistente do James L. Winkle College of Pharmacy, unidade de investigação afeta ao Cincinatti Cancer Center e à universidade daquela cidade do estado do Ohio, Estados Unidos da América, dedicou-se ao estudo de como pode a luz ativar medicação fotossensível de modo a eliminar células cancerígenas, deixando intactas as células saudáveis.

A sua investigação foi premiada com o Department of Defense Breast Cancer Breakthrough Award, prémio que vai permitir um financiamento de cerca de 600 mil dólares (cerca de 530 mil euros), durante 3 anos, à equipa de Kotagiri.

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Os efeitos dos tratamentos convencionais

O investigador explica a importância de abordagens terapêuticas alternativas no combate ao cancro da mama, especialmente quando existem metástases na medula óssea. As elevadas hipóteses de recidiva após terapias convencionais e a mortalidade daí consequente é, em grande medida, devido à resistência a essas mesmas terapias e aos efeitos secundários que elas provocam.

Em consequência da disseminação das células cancerígenas do cancro da mama, sobretudo na medula óssea, assiste-se a um fenómeno de “abrigo” às células cancerígenas, tal como acontece com as células estaminais. Nestes casos, em particular, o risco de toxicidade é ainda mais elevado com terapias convencionais.

Luz (ultravioleta) ao fundo do túnel

Mas a investigação prosseguiu e a esperança tornou-se mais do que uma promessa. Kotagiri, e a sua equipa, parecem ter encontrado um modo de “contornar” o problema. A solução encontrada foi a aplicação de luz ultravioleta proveniente de radionuclídeos.

Este é um método já aplicado em técnicas de imagiologia, tentando, ao mesmo tempo, resolver a questão dos baixos níveis de oxigénio típicos dos tecidos mais profundos, utilizando medicamentos fotossensíveis de base metálica.

Conforme afirma o investigador, “ao substituir a fonte externa de luz, como lasers ou lâmpadas, por luz com radionuclídeos, conseguimos obter maior controlo terapêutico no organismo”.

Redução de toxicidade nos tratamentos

Esta nova abordagem permite reduzir substancialmente os níveis de toxicidade dos tratamentos. Tal revela-se essencial para o bom funcionamento de órgãos e tecidos, cuja função é muitas vezes afetada pelas terapias convencionais. Por outro lado, uma vez que a luz proveniente dos radionuclídeos é já utilizada para localizar tumores, torna-se possível, em simultâneo, identificar e tratar metástases de cancro da mama com a mesma fonte de luz.

O investigador esclarece que, “uma vez que o processo de eliminar células cancerígenas não está dependente do modo como funcionam a nível molecular, pode ser aplicada para tratar uma grande variedade de cancros da mama.” Esta abordagem pode ser, deste modo, perfeitamente integrada com outras, como a quimioterapia ou a imunoterapia, sem os riscos normalmente associados.

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Fontes utilizadas:
MedicalNewsToday.com | HealthNews.uc.edu | Cancer.org

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